(...) Após esse último encontro os dois jovens nunca mais se voltaram a ver. Vera tinha ficado incrédula com a notícia que tinha recebido do seu namorado, ela nem queria acreditar no que tinha acabado de ouvir. Para si o mundo começava a desabar, aquela pessoa que a fazia mais feliz, sorrir todos os dias e sentir-se especial, iria desaparecer da sua vida sem que ela pudesse fazer algo para o evitar. Chegada a casa, triste e desolada foi direta para o seu quarto trancando-se e não falando para ninguém durante horas e horas. A única pessoa com quem Vera queria e tentava falar era com Martim, o seu namorado. Mas este não atendia o telemóvel, nem respondia às mensagens, deixando-a muito preocupada e sem saber mais o que fazer.O tempo ia passando e as notícias sobre o seu amado não chegavam, Vera já temia o pior. Mais uma vez ela insistiu nas chamadas e mensagens mas não obtia resposta.Até que um dia, Vera decidiu ir até à esplanada onde eles tinham estado juntos pela última vez. As lágrimas soltaram-se, o seu rosto “fechou”, como as nuvens escuras que cobriam o céu. Sozinha na esplanada olhava a linha do horizonte no fundo do mar, procurando algum sinal que pudesse fazê-la sorrir de novo, sentir Martim perto e viver todos os dias com enorme vontade.Quando de repente uma enorme rajada de vento se fez sentir junto da esplanada, um aperto no seu coração indicava que algo de mal se passava. O tempo teria chegado ao fim? Eis a questão que ela colocava a si mesma. Apressada ligou para os pais de Martim e nem queria acreditar na notícia que acabara de receber, parecia viver um pesadelo.Martim tinha partido realmente, tinha deixado todos aqueles que gostavam de si e acreditavam que era possível outro “final da história”. Nessa tarde o dia ficara escuro, as rajadas de vento tornavam-se constantes e mais fortes, as folhas voavam e chovia torrencialmente como se das lágrimas de todos se tratassem. A revolta era o sentimento que tomara agora de assalto todos os corações e principalmente o de Vera.


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Nelson Felgueiras

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